quinta-feira, 7 de junho de 2012

Adélia Prado, essa santa milagreira

Para Léia, minha irmã.

Num certo dia aconteceu o milagre e ele mudou sua vida. Dali em diante, ela apegou-se a Adélia Prado como quem se apega a Deus. Mulher é desdobrável. Eu sou. E cria nas suas santas palavras.  Um bálsamo. Sua bíblia, agora. E comprou todos os livros dela que encontrou em um sebo qualquer. Uma pechincha.  Poesia não tinha valor. Os diamantes são indestrutíveis.  Mais é o meu amor. Poesia não tinha o devido valor, essa (o)culta esmeralda. Levou os livros pra casa. Espanou-os.Cuidou deles como quem cuida de um filho, de um marido, de um amigo, de um irmão... Mesinha de centro com Adélia Prado. Chique. Cult. O mar é imenso? Meu amor é maior, mais belo sem ornamentos. Mesinha de centro com Adélia Prado é a coisa mais fina, última moda em decoração.  A coisa mais fina do mundo é o sentimento. Pensou em emoldurar o Casamento, impresso em folha sépia e fixá-lo na sala de visitas, de maneira que o visitante pudesse desfrutá-lo assim que entrasse. Mas mudou de ideia quando ele, enfim, disse que daria uma rápida passada lá no seu apartamento. Amizade ou amor? Melhor não falar assim de cara em amor. Essa palavra é luxo.

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