segunda-feira, 4 de junho de 2012

cida cinderela


Eram 22 horas pontualmente quando ela apareceu no local previamente combinado.
Reconheci-a pela cor da roupa, vestido azul com discretos tons lilás.
Tudo combinado.
Tudo anteriormente combinado por telefone.
Ela vinha se aproximando, caminhando devagar para não perder o passo, esgueirando-se entre as mesas, com cuidado, eu acho que isso era por causa do sapato de salto alto, que parecia querer destoar do compasso das pernas.
Ela chegou bem perto da mesa em que eu estava sentado.
Cida?
Eu não acreditava no que estava vendo.
Eu mesma.
Não pode ser... Deve haver algum engano, olhando assim, de longe, parecia ser a Cida que... Mas de perto... Não pode ser... Você é prima dela, irmã mais velha talvez? A Cida que eu conheci por esses dias na balada era mais... Digo...
Seu bobo, não seja indelicado, você estava bêbado naquela noite, mas nem tanto... E eu não sou assim tão feia, de se jogar fora... Eu tenho minhas qualidades e meus dotes...
Pode ser, mas a imagem que eu fazia de ti era outra bem diversa...
E como nós ficamos agora, meu bem?
Não ficamos...
Ficamos sim, você finge que esqueceu... Mas não esqueceu, tanto que quis dar um repeteco...
Eu não sei o que dizer...
Mas eu sei, garçom, duas doses, por favor!
Que horas são?
Faltam duas horas ainda pra meia-noite. Relaxa, rapaz, essa noite vai ser um conto de fadas, confie em mim... Eu confio no meu taco...

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